segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Almanaque Brasil de Cultura Popular III


A padaria fechou, mas continua produzindo pão...


Produzir pão para o corpo e a alma, conforme a necessidade dos “famintos de idéias”. Era o lema da Padaria Espiritual, surgida em Fortaleza em 30 de Maio de 1892. SOCIEDADE LITERÁRIA original que contrariava o padrão das academias: não admitia modismos europeus. Os “padeiros” eram boêmios, debochados, revolucionários.

A cada fornada, ou encontro, liam poesia, romances, debatiam política, ouviam música. Não permitiam “tom oratório” na leitura, sob pena de vaia; podia ficar o chapéu na cabeça, menos quando se lia HOMERO, SHAKESPEARE, CAMÕES, JOSÉ DE ALENCAR; estrangeirismos não eram bem vindos; o sertanejo era o modelo do caráter nacional.

Pelo jornal O Pão, divulgavam idéias. Seu maior nome foi ADOLFO CAMINHA, autor do romance A Normalista. A padaria fechou em 1898, mas os padeiros, ao tomar experiências cotidianas como inspirações prenunciaram a atitude modernista.

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